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  • Title: Memria e Amor
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    • ele dedicou seu requintado trabalho como arquiteto, escultor e pintor - ter sido
    • Graças a um doador anônimo, esta palestra está disponível a
    • É para mim motivo de grande satisfação poder falar-lhes hoje, ao passar por Stuttgart, e gostaria de fazer desta uma oportunidade para discutir vários assuntos relacionados com as duas últimas palestras que aqui me foi permitido proferir. Falei então sobre a relação do homem com o mundo espiritual, na medida em que tal conhecimento pode ser avançado por trazer à tona os processos que acontecem durante o sono sem que tenhamos consciência deles, e pela luz que a ciência espiritual lança sobre as experiências sofridas pelo homem no mundo espiritual, entre a morte e um novo nascimento.
    • Ocorre o mesmo com o pensamento. Em essência, o pensamento certamente não é um processo cerebral, mas sem o suporte do cérebro ele não poderia ter seu curso terrestre. À luz dessa comparação, obtém-se uma concepção correta da espiritualidade, bem como das limitações físicas do pensamento humano. Em suma, meus queridos amigos, aqui na vida terrena não há nada no homem que não dependa do corpo como sustento. Carregamos nossos órgãos dentro do corpo - pulmão, coração, cérebro e assim por diante. Com saúde normal, não temos percepção consciente de nossos órgãos internos. Nós os percebemos apenas quando doentes, e ainda assim de maneira muito imperfeita. Nunca podemos afirmar que possuímos conhecimento de um órgão por lhe termos olhado diretamente, a menos que estejamos estudando anatomia – mas aí não estamos estudando um órgão vivo. Nunca podemos dizer que temos a mesma visão de um órgão interno que temos de um objeto externo. É característico da vida terrena não conhecermos o interior de nosso corpo por meio da consciência comum. Ainda menos um homem conhece do que ele geralmente considera de maior valor para sua existência corporal – o interior de sua cabeça. Pois quando ele começa a saber alguma coisa a seu respeito, via de regra, o conhecimento se mostra deveras desagradável – dor de cabeça e tudo o que a acompanha.
    • Na vida espiritual entre a morte e um novo nascimento, prevalece exatamente o oposto. Lá, realmente sabemos o que está dentro de nós. É como se aqui na Terra não víssemos árvores nem nuvens lá fora, mas olhássemos principalmente para dentro de nós, dizendo: aqui está o pulmão, aqui está o coração, aqui está o estômago. No mundo espiritual contemplamos nosso próprio interior. Mas o que vemos é o mundo dos seres espirituais, o mundo que aprendemos a conhecer em nossa literatura antroposófica como o mundo das hierarquias superiores. Esse é o nosso mundo interior. E entre a morte e o renascimento, sentimo-nos realmente ser o mundo inteiro – quando falo do todo é apenas figurativamente, mas é inteiramente verdade – às vezes cada um de nós se sente ser o mundo inteiro. E nos momentos mais importantes de nossa existência espiritual entre a morte e um novo nascimento sentimos nosso interior e experimentamos o mundo dos seres espirituais, conscientes deles. É tão verdade que lá temos consciência de espíritos do mundo superior dentro de nós quanto é verdade que aqui na Terra não temos consciência de nosso interior: do fígado, dos pulmões e assim por diante. O que é mais característico é que, na experiência espiritual, toda nossa experiência física é invertida. Gradualmente, por meio do conhecimento da iniciação, aprendemos como isso deve ser entendido.
    • Há, entretanto, um processo essencial – ou grupo de processos – relacionado a essa convivência interior com os seres das hierarquias superiores. Se, no mundo espiritual, percebêssemos interiormente apenas o mundo das hierarquias superiores, nunca nos encontraríamos. De fato saberíamos que vários seres estariam vivendo em nós, mas nunca nos tornaríamos plenamente conscientes de nós mesmos. Portanto, em nossa experiência entre a morte e um novo nascimento, há um ritmo. Consiste na alternância entre a contemplação interior em que vivenciamos o mundo dos seres espirituais descritos na literatura antroposófica, e a atenuação dessa consciência. Fazemos o mesmo com o espiritual em nós, quando, na vida física, fechamos os olhos e ouvidos e vamos dormir. Nossa atenção, digamos, se afasta do mundo dos seres espirituais dentro de nós, e começamos a perceber a nós mesmos. Certamente, é como se estivéssemos fora de nós mesmos, mas sabemos que este ser fora de nós é o que somos. Assim, no mundo espiritual, percebemos alternadamente a nós mesmos e o mundo dos seres espirituais.
    • Esse processo rítmico constantemente repetido pode ser comparado com duas coisas diferentes aqui na existência física terrena. Pode ser comparado com a inspiração e a expiração, e também com o sono e a vigília. Na existência física na Terra, ambos são processos rítmicos – ambos podem ser comparados com o que venho descrevendo. Mas com os processos que ocorrem no mundo espiritual entre a morte e o renascimento, não se trata de saber algo de uma forma puramente abstrata, ou – devo acrescentar – para a satisfação de curiosidade espiritual; trata-se de reconhecer a vida na Terra como uma imagem do supraterrestre. E surge necessariamente a questão: o que acontece na vida terrena que se assemelha a uma faculdade de memória não possuída pelo homem em sua consciência comum, uma faculdade que pode ser possuída por seres das hierarquias, arcanjos? O que há na vida física que é como uma memória de se viver no mundo dos seres espirituais, ou como uma memória de se experimentar a si mesmo lá?
    • Ora, meus queridos amigos, se entre a morte e um novo nascimento não tivéssemos a experiência de olhar para dentro de nós mesmos e de encontrar o mundo do espírito, aqui na Terra não haveria tal coisa como moral. O que retemos dessa experiência dos seres no mundo espiritual, quando entramos na vida terrena, é uma inclinação para a vida moral. A força dessa inclinação se dá proporcionalmente à clareza com que, entre a morte e o novo nascimento, o homem experimentou a convivência com os espíritos do mundo superior. E qualquer um que, em um sentido espiritualmente correto, examine essas coisas, sabe que os homens imorais, como resultado de sua vida anterior na Terra, tiveram uma experiência muito embotada dessa existência espiritual. Mas, se entre a morte e um novo nascimento, pudéssemos experimentar apenas o que nos torna um com os seres do mundo superior, e nunca pudéssemos experimentar a nós mesmos, então seria impossível alcançarmos, na Terra, a liberdade, consciência da liberdade, consciência da nossa personalidade, que é fundamentalmente idêntica à consciência da liberdade. Assim, quando, na Terra, desenvolvemos moralidade e liberdade, elas são memórias do ritmo que experimentamos no mundo espiritual entre a morte e um novo nascimento. Ao direcionarmos nosso olhar à alma, podemos falar mais precisamente sobre o que nela ecoa: por um lado, tornar-se um com os seres espirituais e, por outro, nossa experiência da consciência espiritual do eu. O que durante a vida terrena permanece em nossa alma como um eco de nos tornarmos um com os seres do mundo espiritual é a capacidade para o amor. Essa capacidade para o amor está mais intimamente relacionada à vida moral do que se pensa.Pois sem a capacidade para o amor, não haveria vida moral aqui na Terra; tudo isso surge da compreensão com que nos depar
    • amos com a alma de outrem, e do esforço para realizar o que fazemos a partir dessa compreensão. Comportarmo-nos abnegadamente com os demais e agirmos moralmente no amor são essencialmente ecos de nossa vida em comunhão com seres espirituais, entre a morte e o renascimento; e isso permanece conosco depois da nossa experiência do que se poderia chamar de solidão – pois é sentida como solitária a experiência do nosso eu no mundo espiritual quando, por assim dizer, expiramos. A inspiração é como uma experiência de seres espirituais; a expiração é como uma experiência do nosso eu. Mas sentir-se solitário – bem, esse sentimento tem seu eco aqui na Terra na nossa capacidade para a lembrança, nossa memória. Como seres humanos, não teríamos memória se ela não fosse um eco do que descrevemos como um sentimento de solidão. Somos indivíduos reais no mundo espiritual porque – não posso dizer que seja porque nos retiramos para dentro de nós mesmos – mas porque somos capazes de nos libertar dos espíritos superiores dentro de nós. Isso nos torna independentes no mundo espiritual. Aqui na Terra somos independentes porque somos capazes de lembrar nossas experiências. Pense no que seria de sua independência se, em seus pensamentos, você tivesse que viver sempre no presente. Seus pensamentos lembrados são o que possibilita que você tenha uma vida interior. Lembrar nos torna personalidades aqui na Terra. E lembrar é o eco do que descrevi como a experiência de solidão no mundo espiritual.
    • Pois bem, por que descemos ao mundo físico do mundo espiritual? Vocês poderão deduzir, a partir do que eu disse aqui da última vez, que as forças que nos mantêm juntos com os seres espirituais superiores decaem. Aqui na vida física, envelhecemos porque as forças que nos mantêm em conexão com a Terra física diminuem; lá, enfraquece o que nos mantêm ligados aos seres espirituais. Diminuem principalmente as forças que permitem que nos apreendamos em meio aos seres espirituais e que nos possibilitam sermos independentes. No mundo espiritual, por um período considerável antes de descermos à Terra, perdemos a capacidade de conviver com os seres espirituais. Com o auxílio dos seres espirituais, formamos a semente espiritual de nosso corpo físico, que enviamos primeiramente; daí nos apropriamos de nosso corpo etérico e prosseguimos. Ilustrei-lhes isso em minha última palestra. Nossa capacidade de viver com seres espirituais no mundo espiritual desbota e percebemos como, por meio das forças da lua, nos aproximamos cada vez mais da Terra. Sentimo-nos como um eu, mas cada vez menos capazes de compreender as regiões espirituais, ou de nos manter nelas; tal capacidade se torna cada vez mais débil. Temos um sentimento crescente de que o desfalecimento prevalecerá sobre nós, no mundo espiritual. Isso cria uma necessidade de que aquilo que não mais conseguimos carregar conosco – o sentimento do eu – seja sustentado por algo externo, a saber, nosso corpo: surge uma necessidade de sermos sustentados por um corpo. Eu poderia dizer que, gradualmente, temos que desaprender a voar e aprender a andar. Vocês sabem que estou falando figurativamente, mas a imagem está em absoluto acordo com a verdade, com a realidade. É assim que encontramos o caminho para nosso corpo. O sentimento de solidão encontra um refúgio no corpo e se converte na faculdade da lembrança, e temos que nos empenhar para alcançar um novo sentimento de comunhão, na Terra. Isso se
    • mostra muito significativo quando, com o auxílio da ciência espiritual, estudamos o estado do sono.
    • Descrevi esse estado de sono sob um determinado aspecto, a última vez que estive aqui. Agora quero acrescentar algo sobre os processos então mencionados. Eu sei que essas coisas são facilmente mal compreendidas. Repetidamente, ouve-se dizerem: “Da última vez, ele descreveu a experiência do homem entre dormir e acordar, e agora ele está nos contando algo diferente sobre isso”. Meus queridos amigos, se lhes digo o que um oficial vivencia em seu posto de trabalho, isso não contradiz o que mais tarde lhes direi sobre ele, quando no seio de sua família. As duas coisas caminham juntas. Portanto, vocês devem ter claro que, quando conto experiências entre o dormir e o acordar, não se trata de toda a história, assim como é possível um oficial ter uma vida em família, fora de seu posto.
    • Assim, entre ir dormir e acordar, o homem experiencia de fato uma espécie de repetição ao contrário do que realizou no decorrer do dia. Não é que simplesmente entre ir dormir e acordar – o sono pode ser bastante curto, e então as coisas são condensadas –... não é que simplesmente entre ir dormir e acordar o homemtenha uma visão retrospectiva de suas experiências durante o dia – uma visão inconsciente, pois naturalmente deve ser inconsciente. Não; quando a alma, durante o sono, se torna realmente clarividente, ou quando a alma clarividente relembra na memória as experiências entre ir dormir e acordar, vê-se que o homemrealmente experiencia no sentido reverso o que havia vivenciado desde a última vez que despertou. Se ele dorme a noite toda da forma usual, ele retrocede no que fez durante o dia. O último evento ocorre imediatamente após seu adormecer, e assim por diante. Todo o seu sono funciona de uma forma maravilhosamente reguladora. Só lhes posso falar sobre o que pode ser investigado pela ciência espiritual. Quando vocês adormecem por quinze minutos, o início do sono sabe quando acabará, e nesse quarto de hora vocês experimentam, na ordem inversa, o que trouxeram desde a última vez que acordaram. A tudo é dado a proporção correta – por mais maravilhoso que isso possa parecer. E pode-se dizer que essa experiência retrospectiva reside entre a realidade e a aparência.
    • Se alguém tem uma imagem na memória de algo experimentado na vida física vinte anos antes, uma pessoa saudável e reflexiva não a considerará uma experiência presente; é da natureza da própria imagem da memória que a relacionemos a uma experiência passada. Quem olha de forma clarividente para o que a alma vivencia durante o sono, em ordem inversa, não conecta isso ao presente; mas ao futuro após a morte. Assim como qualquer pessoa percebe que sua lembrança de algo vivido vinte anos antes se refere àquele tempo passado, também quem vê o estado de sono por meio da clarividência sabe que o que enxerga não tem significado para o presente, mas prenuncia o que deverá ser experimentado após a morte, quando tivermos que percorrer, ao reverso, tudo o que tivermos feito na Terra. É por isso que essa imagem do sono é meio-realidade, meio-aparência: está relacionada ao futuro. Logo, para a consciência comum, é uma experiência inconsciente daquilo por que o homem tem de passar, que chamei em meu livroTeosofia de mundo da alma. E a consciência intuitiva e inspirada, descrita em meu livroO conhecimento dos mundos superiores, reúne, a partir da observação do sono, o que o homem tem que passar durante o primeiro estágio após a morte. Essas coisas não são meras fabricações; são claramente observadas, uma vez que o dom da observação tenha sido adquirido. Portanto, desde ir dormir até despertar, o homem vivencia, sem o seu corpo, o que fez com ele quando acordado.
    • Chegamos agora a um conceito extraordinariamente sutil. Pense em como, de fora, temos que viver nossas ações novamente com nosso ego e com nosso corpo astral. A capacidade de fazê-lo é adquirida na proporção do grau de amor que desenvolvemos. Esse é o segredo da vida, no que diz respeito ao amor. Se um homem é realmente capaz de desprender-se de si mesmo no amor, amando ao próximo como a si mesmo, aprende o que precisa durante o sono para experienciar, ao contrário, plenamente e sem dor, o que deve ser vivenciado dessa forma. Porque, nesta hora, ele deve estar completamente fora de si mesmo. Se um homem é um ser sem amor, surge uma sensação quando, fora de si, ele tem que experimentar as ações que realizou sem amor. Isso o retém. Pessoas sem amor dormem como se – para usar uma metáfora – tivessem falta de fôlego. Assim, tudo o que somos capazes de cultivar em nós por meio do amor se torna verdadeiramente frutífero durante o sono. E o que é assim desenvolvido entre irmos dormir e acordar atravessa o portão da morte e subsiste no mundo espiritual.  Aquilo que se perde entre a morte e o renascimento, quando vivemos junto aos os seres espirituais dos mundos superiores, é recuperado por nós como uma semente, durante a vida terrena, por meio do amor. Pois o amor revela seu significado quando, com seu ego e corpo astral, o homem, dormindo, está fora de seu corpo físico e corpo etérico. Entre ir dormir e acordar, seu ser essencial se amplia, se ele está cheio de amor, e se prepara bem para o que lhe acontecerá depois da morte. Se ele não tem amor e está mal preparado para o que lhe acontecerá após a morte, seu ser se estreita. A semente para o que acontece após a morte repousa preeminentemente no desdobramento do amor.
    • Durante nossa vida na Terra, entre o nascimento e a morte, nossas memórias são extraordinariamente fugazes; apenas imagens permanecem. Reflita sobre quão pouco essas imagens retêm dos eventos vivenciados. Basta se lembrar da indescritível tristeza sofrida diante da morte de alguém muito próximo, e imaginar intensamente o estado interior da alma a isso associado; e então observar como isso aparece como uma experiência interior quando, depois de dez anos, você a evoca. Tornou-se uma sombra pálida, quase abstrata. Assim é a nossa capacidade de recordação: pálida e abstrata, em comparação com o pleno vigor da vida imediata. Por que nossa lembrança é tão fraca e sombria? Ela é, de fato, a sombra de nossa experiência do eu entre a morte e um novo nascimento. Compreendida nessa experiência do eu está a faculdade de lembrar, de modo que ela realmente nos confere a nossa existência. Aquilo que nos dá carne e sangue aqui na Terra nos confere, entre a morte e um novo nascimento, a faculdade da memória. Lá a memória é robusta e vigorosa – se é que posso usar tais expressões para o que é espiritual – depois ela incorpora carne e enfraquece. Quando morremos, durante alguns dias – tenho frequentemente descrito isso –, o último resquício de memória ainda fica presente no corpo etérico. Se, ao atravessarmos o portão da morte, voltamos o olhar para nossa vida passada na Terra, a memória se esvai. E dessa memória desabrocha o que a força do amor na Terra nos deu como força para a vida após a morte. Assim, a força da memória é a herança que recebemos de nossa vida pré-terrena, e a força do amor é a semente para o além-morte. Eis a relação entre a vida terrena e o mundo espiritual.
    • Assim, meus queridos amigos, comparei a experiência do homem em conexão com seres superiores no mundo espiritual, que alterna com sua experiência do eu, com a respiração: inspiração e expiração. Em nosso processo respiratório e nos processos relacionados com a fala e o canto, podemos reconhecer uma imagem da “respiração” no mundo espiritual. Conforme eu já disse, nossa vida no mundo espiritual entre a morte e um novo nascimento alterna entre a contemplação do eu interior e o tornar-se um com os seres das hierarquias superiores; olhar de dentro para fora, tornar-nos um com nós mesmos. Isso ocorre tal como inspirar e expirar. Inspiramo-nos e depois nos expiramos; e isto é, obviamente, uma respiração espiritual. Aqui na Terra, esse processo de respiração se torna memória e amor. E, de fato, a memória e o amor também atuam juntos aqui na vida física terrena como uma espécie de respiração. E se com os olhos da alma vocês forem capazes de ver corretamente esta vida física, serão capazes de observar em uma importante manifestação da respiração – no falar e no cantar – a atuação fisiológica conjunta da memória e do amor.
    • Hoje a ciência da fisiologia não atingiu o ponto em que pode descrever detalhadamente o processo que acabamos de desenhar. A ciência espiritual é capaz disso e a ciência fisiológica certamente alcançará tal entendimento, pois essas coisas podem ser descobertas a partir da observação atenta da natureza humana. Pode-se dizer que, quando emitimos um som ou uma nota, primeiramente, a cabeça é acionada. Mas da cabeça procede a mesma faculdade que, interiormente, na alma, confere a memória, que sustenta o som e o tom: isso vem de cima. É inconcebível alguém poder falar sem possuir a faculdade da memória. Se sempre nos esquecêssemos o que está contido no som ou no tom, nunca seríamos capazes de falar ou de cantar. É precisamente a memória incorporada que perdura no tom ou som; por outro lado, no que concerne ao amor, mesmo em seu sentido fisiológico – no processo respiratório que dá origem à fala e ao canto – tem-se um testemunho claro no pleno volume interior do tom que chega ao homem na puberdade, quando o amor encontra expressão fisiológica durante o segundo período importante da vida: isso vem de baixo. Aí estão os dois elementos juntos: de cima, o que está na base fisiológica da memória; de baixo, o que está na base fisiológica do amor. Juntos, eles formam o tom na fala e na canção. Aí está sua interação recíproca. De certa forma, é também um processo de respiração que percorre toda a vida. Assim como inspiramos oxigênio e expiramos dióxido de carbono, temos unidas em nós a força da memória e a força do amor, encontrando-se na fala, encontrando-se no tom. Pode-se dizer que falar e cantar, no homem, são um intercâmbio alternado de permeação pela força da memória e pela força do amor.
    • Portanto, há uma genuína verdade no que é expresso nas línguas mais antigas ao denominarem Logos a soma das forças e dos pensamentos do mundo. Esse é o outro lado, o lado suprafísico daquilo que tem expressão física na fala. Não apenas inspiramos e expiramos seres superiores entre a morte e o renascimento, mas também falamos, embora essa fala seja ao mesmo tempo um canto. Na alternância entre irmos aos seres espirituais e retornarmos a nós mesmos, falamos um falar espiritual com os seres das hierarquias superiores. Quando estamos no estado de nos tornarmos um com os seres do mundo espiritual, olhamos para eles, embora estejam dentro de nós. Quando nos libertamos deles novamente e voltamos a nós mesmos, então temos o efeito posterior, somos então nós mesmos. Lá eles expressam seu próprio ser em nós, nos dizem o que são – o Logos vive em nós. Na Terra, isso é invertido; na fala e na canção, nosso próprio ser é expresso. Expressamos todo o nosso ser no processo de expiração; ao passo que quando entre a morte e o renascimento liberamos os seres espirituais, recebemos, no Logos, todo o ser do mundo.
    • Mas, meus queridos amigos, o fato é que quando passamos do mundo espiritual para o físico, passamos pelo grande esquecimento. Quem, com consciência comum, vê aqui, na força fraca e sombria da memória, o eco do que éramos como “eu” no mundo espiritual? Quem ainda reconhece na fala, na parte vinda da memória, a pós-vibração do eu? Quem reconhece na formação plástica do discurso, no canto e na fala, um eco dos seres das hierarquias superiores? Ainda assim, não é verdade que quem aprende a ouvir o discurso sem levar em consideração o significado, quem dá ouvidos ao que os tons expressam por sua própria natureza, tem uma sensação – principalmente se tiver inclinação artística – de que mais é revelado na fala e no canto do que a consciência comum percebe? Por que então transformamos a fala comum que temos aqui na Terra como uma faculdade utilitária – por que a transformamos em canção, despojando-a de sua função utilitária e fazendo-a expressar nosso próprio ser em declamação, em música? Por que a transformamos? O que estamos fazendo em tal caso?
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  • Title: Evil and Spiritual Science
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    • something positive, as little as the shadows that are cast
    • and imperfection not otherwise than as a shadowy outline, when
    • such living paradoxes. It must be said: one must strengthen
    • the entire soul can adopt the nuances of a world view. He/she
  • Title: Popular Occultism: Lecture 3: The Different Conditions of Man's Life After Death
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    • meadows to seek honey and bring it back to the hive. Here on earth the
  • Title: Popular Occultism: Lecture 7: Effects of the Law of Karma
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    • in the seemingly paradoxical sentence: The parents resemble their children.
  • Title: Popular Occultism: Lecture 10: Paths of Occult Training
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    • and has adopted the world-systems of Galilei and Copernicus: but for the
  • Title: i Spirituality: Lecture 1: Historical Symptomology, the Year 790, Alcuin, Greeks, Platonism, Aristotelianism, East, West, Middle, Ego
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    • changeling of dialectical-legal thinking, or are already adopted, as was done by Spencer and
  • Title: New Spirituality: Lecture 2: The New Spirituality and the Christ Experiance of the Twentieth Century - 1
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    • over-individualization — a kind of, if I may put it so paradoxically, unegoistic egoism.
    • This, too, is an egoistic sentiment. This is something that can be called, paradoxically, an
  • Title: New Spirituality: Lecture 3: The New Spirituality and the Christ Experiance of the Twentieth Century - 2
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    • pre-eminently suited to adopting and Anglo-Saxon developing natural-scientific thinking and to
    • language as though in himself. This is why the human being of the West could adopt the
    • cannot get into the oriental languages. The languages of the Orient reject it; they do not adopt
    • inclination in the whole people to adopt the natural-scientific way of thinking, which is so
    • has entered even into psychology. It has been adopted there completely. And it is there that
  • Title: New Spirituality: Lecture 4: The New Spirituality and the Christ Experiance of the Twentieth Century - 3
    Matching lines:
    • Grimm's descriptions are such that what he actually portrays are shadow pictures, not real human
  • Title: Talk To Young People:
    Matching lines:
    • subconsciously in him was what older people call “the adolescent
    • asked many of these older people what they think about adolescence;
    • have also asked many young people about the “adolescent crises” some
    • reality, not just the shadow of anthroposophy. It is really a matter
    • shadow. What should we do? — not think out something to be done one
  • Title: Tree of Life/Knowledge: Lecture II: Tree of Life - II
    Matching lines:
    • during the day are shadows of living beings, as I have often
    • foreshadowed by the Mystery of Golgotha — namely,
  • Title: Tree of Life/Knowledge: Lecture III: The Power of Thought
    Matching lines:
    • something like a shadowy outline, a phantom, of ourselves; not
    • exactly like us, but as similar as a shadow-picture. This phantom of
    • existed for only a short time, and, like a shadow of the old times,
  • Title: Tree of Life/Knowledge: Lecture V: Tree of Knowledge - I
    Matching lines:
    • arable land, meadow, or what you will (a drawing was made), and
    • plants, any kind of plants grew in this meadow. And suppose that here
  • Title: Tree of Life/Knowledge: Lecture VI: Tree of Knowledge - II
    Matching lines:
    • societies will most certainly not cease without further ado! But how
  • Title: World Downfall and Resurrection
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    • they had already adopted a different form of worship, the
    • shadow of that kind of intellect which lived among the Greeks,
    • running after a shadow — after the shadow that is their
    • fact that the intellect has faded into shadow is good in
    • itself. But with shadowy intellect we have evolved our natural
  • Title: Lecture: Philosophy and Anthroposophy
    Matching lines:
    • in question, as a shadow to the object which casts it. The exercise of the
  • Title: Meditative Knowledge of Man: Lecture I: The Pedagogy of the West and of Central Europe: The Inner Attitude of the Teacher
    Matching lines:
    • at them as we went along. I must put this in the form of a paradox. Your
    • paradox!
  • Title: Meditative Knowledge of Man: Lecture III: Spiritual Knowledge of Man as the Fount of Educational Art
    Matching lines:
    • — however paradoxical it may sound —
  • Title: Meditative Knowledge of Man: Lecture IV: The Art of Education Consists of Bringing Into Balance the Physical and Spiritual Nature of the Developing Human Being
    Matching lines:
    • its whole state of life. No matter how paradoxical this may appear to
  • Title: Raphael's Mission in the Light of the Science of the Spirit
    Matching lines:
    • in Raphael's Madonnas and similar pictures, arising from
    • Christian legends arise in the Madonna pictures and other works
    • “Sistine Madonna”
    • them as though condenses to become the Child of the Madonna.
    • which the image of the Madonna derives, as well as all
    • Christian traditions that tell of the Madonna.
    • to the Madonna. In considering human evolution in the sense of
    • appear so — the image of the Madonna and Child as a symbol of
    • Raphael's Madonna. It is a quite natural feeling one can have
    • “Sistine Madonna,”
    • With the Raphael adorning the collection there, it was for me
    • “Sistine Madonna,”
    • “Madonna della Sedia,”
    • it strikes us, in contemplating the Madonna with the Child, along with
    • above all that this Child held by the Madonna could be linked with
    • relationship of the Madonna and Child, separated from
    • “Sistine Madonna”
    • room now belonged to the picture as a sanctuary of the Madonna.
  • Title: Leonardo's Spiritual Stature: Lecture
    Matching lines:
    • Today it is only a shadow of what it once was, and yet a
    • look at this “shadow” on the wall of the refectory,
    • have the “Saint Jerome” and the “Adoration of
    • have been able, without further ado, to paint to his
    • of Judas. In the reproductions and to an extant in the shadowy
    • covered in shadow and is quite dark. Looking at how the light
    • impression with regard to Judas, this figure conjures a shadow
    • adopt a different standpoint and say: Whatever Leonardo may
  • Title: Fairy Tales: in the light of Spiritual Investigation
    Matching lines:
    • here. Were it not paradoxical, one would like to say: in
    • they did not adopt a spiritual scientific view —
  • Title: The Worldview of Herman Grimm in Relation to Spiritual Science
    Matching lines:
    • beginnings of the Greek world. Adopting his general standpoint,
    • Madonna, or one of the creations of Leonardo da Vinci, or.
  • Title: Imperialism: Lecture 1
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    • This is so paradoxical for the contemporary mind, that it seems
    • year 1806, but more as a shadow, retained in kings and paladins as
    • had been God, then an anointed one, became a kind of mere shadow
  • Title: Imperialism: Lecture 2
    Matching lines:
    • names were adopted during the dawn of the English parliament, what
  • Title: Imperialism: Lecture 3
    Matching lines:
    • contains something like a sham or a shadow of the first stage of
    • Catholic Church is a relic, a shadow-image of what existed in the
    • is a shadow-image of what once existed and no longer has meaning, it
    • shadow just as the Church has propagated a shadow — recognized
    • shadow-image, as the constitution of the Church has become. In some
  • Title: Impulse for Renewal: Lecture I: Anthroposophy and Natural Science
    Matching lines:
    • paradoxical as it might sound, more of a mathematician's brain
  • Title: Impulse for Renewal: Lecture III: Anthroposophy and Philosophy
    Matching lines:
    • spirituality, which gradually casts its shadow images on a
    • spiritual worlds throw their shadow images on the plane of the
    • the plane of the soul it is shadowed as thoughts. Hegel was
    • lost because people in Central Europe had adopted western
    • it leads to a shadowed existence because it didn't manifest
  • Title: Impulse for Renewal: Lecture IV: Anthroposophy and Pedagogy
    Matching lines:
    • educators to the emerging, growing adolescent, to the child.
    • which begins with the change of teeth up to adolescence, is
    • conviction which hasn't been adopted from outside, but has come
  • Title: Impulse for Renewal: Lecture VI: Anthroposophy and Theology
    Matching lines:
    • without further ado — is clothed inadequately in words
  • Title: First Class, Vol. I: Lesson 1
    Matching lines:
    • Then, although he is so similar to man, his form is shadowy, as
  • Title: First Class, Vol. II: Lesson 13
    Matching lines:
    • You must, my dear sisters and brothers, adopt these
  • Title: First Class Lessons: Lesson XXI (recapitulation)
    Matching lines:
    • world is something abstract, something shadowy, something
    • shadowy, abstract thought, but a psychic-spiritual living,
  • Title: The Social Question: Lecture I: The True Form of the Social Question
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    • formation in the human body takes place towards adolescence.
  • Title: The Social Question: Lecture III: Fanaticism Versus a Real Conception of Life in Social Thinking and Willing
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    • some inner paradoxes. It will appear for example as a surprise,
  • Title: The Social Question: Lecture IV: The Evolution of Social Thinking and Willing and Life's Circumstances for Current Humanity
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    • However paradoxical it sounds, when you examine the real
    • paradoxical it might sound, it is true. One person can just as
    • appears as a paradox, and that is the actual practice of
    • paradoxical it might sound today, the relationship of people to
    • members. It still appears like a paradox today when I say in
  • Title: The Social Question: Lecture V: The Social Will as the Basis Towards a New, Scientific Procedure
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    • Proletarian is, as paradoxical as it sounds, as unbelievable as
    • denationalised which probably appears today as a paradox, one
  • Title: The Social Question: Lecture VI: What Significance does Work have for the Modern Proletarian?
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    • paradox even — it stands on a scientifically orientated
  • Title: Community Building
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    • adopted this ritual. And I think that the statement made by Dr.
  • Title: Community Building
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    • this by reason — paradoxical as it may seem — of
    • adopted the slogan: “Of course, when a person asserts
  • Title: Polarities in Evolution: Lecture 2: East, West, and the Culture of Middle Europe, the Science of Initiation
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    • followed, the people of Asia adopted intellectual
    • element as such became the instrument for adopting the
  • Title: Polarities in Evolution: Lecture 3: Political Empires
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    • highly paradoxical to modern minds, though that is only
  • Title: Polarities in Evolution: Lecture 4: Western Secret Societies, Jesuitism, Leninism
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    • shadow image of something that was at work before we were
    • casting its shadow somewhere or other, and of these
    • shadows being taken up into a container and presenting
    • — and then its shadow arises; a shadow arises of
    • everything you have there and this shadow becomes the
    • it in such a paradoxical way. The evolution of humankind
  • Title: Polarities in Evolution: Lecture 5: How the Material Can Be Understood Only through the Spirit
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    • paradoxical, particularly if one fails to realize the
  • Title: Polarities in Evolution: Lecture 7: Materialism, Mysticism, Anthroposophy, Liberalism, Conservatism
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    • highly improbable and paradoxical to modern minds but it
    • destiny at work in what normally appears as a shadowy
  • Title: Polarities in Evolution: Lecture 8: The Opposition of Knowledge and Faith, Its Overcoming
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    • association developed and adopted the mystery knowledge
  • Title: Polarities in Evolution: Lecture 9: East, West, and Middle
    Matching lines:
    • became obscured and all that was left was a shadow image.
    • By now it has faded completely. A shadow image remained
  • Title: Polarities in Evolution: Lecture 10: Transition from the Luciferic to the Ahrimanic Age and the Christ Event to Come
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    • wrong if we were to place Adolf Harnack [ Note
  • Title: Life Between Two Incarnations
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    • about from the other world. A person walking across a meadow may well
  • Title: Problems of Our Time: Lecture I
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    • adornment for their personal life, should be
    • easily to be studied in the attitude they adopt towards current
  • Title: Problems of Our Time: Lecture III
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    • which he transported to Rome, beheaded, and adorned with
    • standing like shadows beside the great truths destined to
  • Title: Problems of Our Time: Main Features of the Social Question and the Threefold Order of the Social Organism
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    • understand their times by adopting a wholly new conception of
    • when adopted as party slogans of the proletariat, have become



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