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  • Title: Memria e Amor
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    • Pois bem, por que descemos ao mundo físico do mundo espiritual? Vocês poderão deduzir, a partir do que eu disse aqui da última vez, que as forças que nos mantêm juntos com os seres espirituais superiores decaem. Aqui na vida física, envelhecemos porque as forças que nos mantêm em conexão com a Terra física diminuem; lá, enfraquece o que nos mantêm ligados aos seres espirituais. Diminuem principalmente as forças que permitem que nos apreendamos em meio aos seres espirituais e que nos possibilitam sermos independentes. No mundo espiritual, por um período considerável antes de descermos à Terra, perdemos a capacidade de conviver com os seres espirituais. Com o auxílio dos seres espirituais, formamos a semente espiritual de nosso corpo físico, que enviamos primeiramente; daí nos apropriamos de nosso corpo etérico e prosseguimos. Ilustrei-lhes isso em minha última palestra. Nossa capacidade de viver com seres espirituais no mundo espiritual desbota e percebemos como, por meio das forças da lua, nos aproximamos cada vez mais da Terra. Sentimo-nos como um eu, mas cada vez menos capazes de compreender as regiões espirituais, ou de nos manter nelas; tal capacidade se torna cada vez mais débil. Temos um sentimento crescente de que o desfalecimento prevalecerá sobre nós, no mundo espiritual. Isso cria uma necessidade de que aquilo que não mais conseguimos carregar conosco – o sentimento do eu – seja sustentado por algo externo, a saber, nosso corpo: surge uma necessidade de sermos sustentados por um corpo. Eu poderia dizer que, gradualmente, temos que desaprender a voar e aprender a andar. Vocês sabem que estou falando figurativamente, mas a imagem está em absoluto acordo com a verdade, com a realidade. É assim que encontramos o caminho para nosso corpo. O sentimento de solidão encontra um refúgio no corpo e se converte na faculdade da lembrança, e temos que nos empenhar para alcançar um novo sentimento de comunhão, na Terra. Isso se
    • Se alguém tem uma imagem na memória de algo experimentado na vida física vinte anos antes, uma pessoa saudável e reflexiva não a considerará uma experiência presente; é da natureza da própria imagem da memória que a relacionemos a uma experiência passada. Quem olha de forma clarividente para o que a alma vivencia durante o sono, em ordem inversa, não conecta isso ao presente; mas ao futuro após a morte. Assim como qualquer pessoa percebe que sua lembrança de algo vivido vinte anos antes se refere àquele tempo passado, também quem vê o estado de sono por meio da clarividência sabe que o que enxerga não tem significado para o presente, mas prenuncia o que deverá ser experimentado após a morte, quando tivermos que percorrer, ao reverso, tudo o que tivermos feito na Terra. É por isso que essa imagem do sono é meio-realidade, meio-aparência: está relacionada ao futuro. Logo, para a consciência comum, é uma experiência inconsciente daquilo por que o homem tem de passar, que chamei em meu livroTeosofia de mundo da alma. E a consciência intuitiva e inspirada, descrita em meu livroO conhecimento dos mundos superiores, reúne, a partir da observação do sono, o que o homem tem que passar durante o primeiro estágio após a morte. Essas coisas não são meras fabricações; são claramente observadas, uma vez que o dom da observação tenha sido adquirido. Portanto, desde ir dormir até despertar, o homem vivencia, sem o seu corpo, o que fez com ele quando acordado.
    • Assim, meus queridos amigos, comparei a experiência do homem em conexão com seres superiores no mundo espiritual, que alterna com sua experiência do eu, com a respiração: inspiração e expiração. Em nosso processo respiratório e nos processos relacionados com a fala e o canto, podemos reconhecer uma imagem da “respiração” no mundo espiritual. Conforme eu já disse, nossa vida no mundo espiritual entre a morte e um novo nascimento alterna entre a contemplação do eu interior e o tornar-se um com os seres das hierarquias superiores; olhar de dentro para fora, tornar-nos um com nós mesmos. Isso ocorre tal como inspirar e expirar. Inspiramo-nos e depois nos expiramos; e isto é, obviamente, uma respiração espiritual. Aqui na Terra, esse processo de respiração se torna memória e amor. E, de fato, a memória e o amor também atuam juntos aqui na vida física terrena como uma espécie de respiração. E se com os olhos da alma vocês forem capazes de ver corretamente esta vida física, serão capazes de observar em uma importante manifestação da respiração – no falar e no cantar – a atuação fisiológica conjunta da memória e do amor.
    • Esta é a glória essencial da arte: ela nos leva, por meios simples, ao mundo espiritual, no presente imediato. Quem é capaz de olhar para a vida interior do homem dirá: de modo geral, o homem se lembra apenas das coisas que vivenciou no curso de sua vida terrena atual. Mas a força pela qual ele se lembra dessas experiências terrenas é a força enfraquecida de sua existência como um eu na vida pré-terrena. E o amor que ele é capaz de desenvolver aqui como um amor universal da humanidade é a força enfraquecida da semente que frutificará após a morte. E assim como no canto e na fala declamatória aquilo que um homem é deve estar unido, pela memória, àquilo que ele pode dar ao mundo por meio do amor, assim também é em toda arte. Um homem pode experimentar uma harmonia de seu eu com o que está fora, mas a menos que seja capaz de mostrar externamente o que está dentro dele – seja no tom, na pintura ou em qualquer outro ramo da arte –, a menos que mostre na superfície o que ele é, o que a vida fez dele, qual é o conteúdo essencial de sua memória, ele não poderá ser um artista. Tampouco é um verdadeiro artista aquele que é acentuadamente inclinado a ser egotista em sua arte. Somente aqueles dispostos a se abrir para o mundo, os que se tornam um com seus semelhantes, os que desdobram o amor, são capazes de unir esse desdobramento do amor intimamente a seu próprio ser. Altruísmo e egotismo se unem em uma única corrente. Confluem naturalmente e mais intimamente nas artes sonoras, mas também nas artes plásticas. E quando, por meio de um certo aprofundamento de nossas forças de conhecimento, nos é revelado como o homem está conectado a um mundo suprassensível, no que diz respeito ao passado e ao futuro, podemos também dizer que o homem tem um antegosto presente desse vínculo, no criar e fruir artístico. Na verdade, a arte nunca adquire todo o seu valor se não estiver, em certa medida, de acordo com a religião. Não que tenha d
    • Hoje, desejei tratar de um desses pontos de vista, meus queridos amigos, para que, de certo ângulo, vocês formem uma imagem de como o homem está conectado com o mundo espiritual. Espero que possamos continuar ampliando esses estudos em um futuro não muito distante.



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